sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Escrevendo como poeta


Escrevendo como poeta
(Hediondo)

Ela, loira de ipês em ventania,
A poesia na alma, escrita preta,
Violeta usa, ponto de cruz fia,
Alegria vai, fraca borboleta.

Greta íntima, vê a rachadura,
A loucura talhou com seu punhal,
Fatal solidão, força sepultura,
Há agrura chovendo no varal.

No umbral da frente é a planta morta,
Porta semicerrada vem mau cheiro,
Bueiros, demolição, que o imo transporta.

Exorta dores, folhas no terreiro,
Derradeiro suspiro, não se importa,
Corta o coração, perde amor primeiro.


Raquel Ordones #ordonismo
Uberlândia MG – 04/08/2017

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