quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Desconstruindo

Tudo é afixado no céu,
Apenas no papel de parede infantil.
Até carneirinhos...

Desconstruindo

A estrela não é uma flor do céu,
Em rapel, que se fez incorporada,
Plantada não foi, pois vive ao léu,
Esse véu azul não é sua morada.

Calada, com fulgor e intermitente,
Ora cadente. Cai ou quer se mudar?
No ar a nuvem também está pendente,
Quente, o sol passa o dia a passear.

É ímpar o reino da musa lua,
Flutua pelo espaço a arrebatar,
A visitar o sol, de longe; e nua.

Evolua, a chuva, o céu não vai aguar,
A ornar, além-arco-íris, da rua,
Exclua a ideia, tudo avulso ao olhar.

Raquel Ordones #Ordonismo
Uberlândia - MG  17/08/2017









quinta-feira, 10 de agosto de 2017

"No SUS piro"


“No SUS piro”

O corpo necessita de reparos
Caros talvez; às vezes descansar,
Cuidar é o melhor, e sinta faros,
Aparos para o bem; funcionar.

Parar não dá, não é da natureza,
E da leveza da alma vem a ajuda,
E se muda o passadio é riqueza,
Com a beleza externa não se iluda.

Arruda atrás da orelha; será? Rola?
Rebola-se no step, tal qual um tiro,
Giro ríspido pode estragar mola.

Bola pra frente, bem estar eu miro,
Expiro, inspiro; agito de cachola,
Vê se cola, eu doente no SUS piro!

ღRaquel Ordonesღ #Ordonismo
Uberlândia - MG  10/08/2017

sábado, 5 de agosto de 2017

Meu “eu” irresponsável


Meu “eu” irresponsável

Então, sair da cama? Nem por decreto!
Discreto pijama, tirar nem pensar!
Escovar os dentes? Ação que eu veto!
O correto, simples: não levantar!

Tomar banho? Fuga arquiteto!
Quieto ali, pra ninguém notar,
Trabalhar? Amanhã. Hoje é exceto.
O projeto agora é só vadiar...

Ligar a TV, programa seleto,
Repleto de preguiça a cochilar,
Falar eu evito, ainda inquieto.

Afeto de todos, sem sair do lugar,
Almoçar eu quero, um prato completo,
Meu teto, meu mundo no celular...


Raquel Ordones #ordonismo
Uberlândia MG – 05/08/2017

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Escrevendo como poeta


Escrevendo como poeta
(Hediondo)

Ela, loira de ipês em ventania,
A poesia na alma, escrita preta,
Violeta usa, ponto de cruz fia,
Alegria vai, fraca borboleta.

Greta íntima, vê a rachadura,
A loucura talhou com seu punhal,
Fatal solidão, força sepultura,
Há agrura chovendo no varal.

No umbral da frente é a planta morta,
Porta semicerrada vem mau cheiro,
Bueiros, demolição, que o imo transporta.

Exorta dores, folhas no terreiro,
Derradeiro suspiro, não se importa,
Corta o coração, perde amor primeiro.


Raquel Ordones #ordonismo
Uberlândia MG – 04/08/2017

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Moro em provisórios de mim


Moro em provisórios de mim

E, mutantes são todos os meus eus,
Gineceus seduzem a cada instante
Em provocantes cernes androceus,
Adeus; mudei... É um tanto constante.

Avante, lei da vida, outra procura,
A cura pra ferida o tempo traz,
Em cartaz, paixão, amores e loucura,
Apura-se na gente, agito e paz.

Jaz em cada segundo uma mudança,
Herança deixada reconstrói enfim,
O jasmim nasce, cresce e seu olor lança.

Criança que madura, senil, fim...
Assim há um processo, em mim avança,
Dança, moro em provisórios de mim.


Raquel Ordones #ordonismo
Uberlândia MG – 03/08/2017